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Novas mineradoras focam em pesquisa mineral

Ao lado de empresas centenárias, em um mercado dinâmico como o da mineração brasileira, a entrada de novos atores é necessária e envolve investimentos significativos.

A peruana Hochschild Mining, especializada em mineração de ouro e prata, com mais de 100 anos de tradição, está entre as que desembarcaram recentemente em território brasileiro. O ingresso aconteceu em 2022, via projeto Mara Rosa, um open pit que contempla a exploração de ouro no município de Mara Rosa (GO). O cronograma prevê o início da operação no primeiro semestre de 2024 e a estimativa de produção é de 102 mil onças (oz) de ouro/ano nos quatro primeiros anos de atividade.

A expectativa da Hochschild Mining “é contribuir ainda mais para o desenvolvimento desse mercado, a partir de 2024, com o início de sua produção comercial”, afirma Edson Del Moro, Country Manager Brasil, ao destacar que “a operação em Mara Rosa já nasce sem a necessidade de uma barragem de rejeitos: com a implantação do sistema dry stacking, será realizado o empilhamento a seco e reaproveitada 85% da água usada no processo. Essa tecnologia leva mais segurança ao processo produtivo. Além disso, a implantação de tecnologias para a rastreabilidade da produção de ouro é algo que deve impactar positivamente o mercado nos próximos anos, garantindo a legalidade das operações e a origem lícita do produto”.

A relação com a comunidade vem sendo fomentada em várias frentes, como diversos treinamentos gratuitos, inclusive em parceria com o Senai-GO para a capacitação de 80 jovens da comunidade no Curso de Tratamento de Minério, das quais 37 são mulheres, “o que reforça o compromisso da empresa com a diversidade e a busca por contribuir com o aumento da presença feminina na mineração”, enfatiza Del Moro.

A Lavras Gold, uma empresa canadense de capital aberto comercializada na Toronto Venture Exchange, que opera desde abril de 2022 em local próximo à cidade de Lavras do Sul (RS), e foi formada quando a Amarillo Gold Corporation foi vendida para a Hochschild.

De acordo com Michael Durose, presidente e CEO da Lavras Gold, entre as metas está concentrar-se na realização do potencial multimilionário do Projeto LDS. Para isso, conta com uma propriedade de exploração de ouro com aproximadamente 22.000 hectares que atualmente abriga cerca de 1 milhão de onças (oz) de ouro. “Temos duas sondas de perfuração na propriedade e continuaremos a explorá-la com o objetivo de expandir a conhecida dotação de ouro da propriedade”, conta Durose, afinal, “o sul do Brasil também possui uma enorme riqueza mineral e recursos muito sofisticados, com uma força de trabalho altamente qualificada, mas permanece pouco explorado e oferece um enorme potencial geológico”.

O relacionamento com a comunidade em que atua também é foco desta mineradora, afirma o CEO do projeto LDS. As primeiras ações já foram implementadas e envolvem, por exemplo, “o programa Rota de Ouro que mostra os mais de 200 anos de história da mineração de ouro em uma região histórica nessa atividade”.

Portifólio diversificado – Ao lado dessas duas mineradoras está a Bemisa, grupo criado em 2007 com a missão de identificar, explorar, desenvolver e operar oportunidades minerais no Brasil. O objetivo vem se concretizando: desde 2014, opera a Mina Baratinha, com capacidade de produção atual de cerca de 2,5 milhões de toneladas de um sinter feed premium de minério de ferro no estado de Minas Gerais, mais especificamente no Vale do Aço. A operação não utiliza barragens e conta com um sistema de filtragem e empilhamento a seco para disposição de rejeitos. Além disso, a mineradora, via sua Assessoria de Imprensa, cita como diferenciais os fatos de “a Mina Baratinha estar a mais de 3.500 dias sem acidente com perda de tempo, desde o início da sua implantação, e contar com as ISOs 9001, 14001 e 45001”.

Nessa região, a empresa estabeleceu o Complexo Baratinha, que, além da mina, agrega alvos de exploração geológica em seu entorno, resultando em mais de 100 milhões de toneladas com alto potencial de crescimento, considerando o programa de pesquisa geológica que continua em andamento. Como parte do processo de consolidação nessa região, em julho de 2023, a Bemisa obteve a licença para implantar e operar um projeto que produzirá 1,0 milhão de toneladas por ano de minério de ferro.

O investimento em sondagens, pesquisa geológica, desenvolvimento e implantação de projetos de mineração é intenso e totaliza cerca de R$ 900 milhões desde 2007. Durante os últimos 15 anos, mais de 200 mil metros são relatados em campanhas de sondagem, sendo que, apenas nos últimos três anos, foi realizada pesquisa geológica em mais de 25 áreas com ocorrências minerais, das quais 15 chegaram à etapa de sondagem, somando mais de 55 mil metros executados. Além disso, atualmente, a mineradora atua em 10 projetos e 13 prospectos, com portfólio diversificado (minério de ferro, ouro, níquel, cobre, terras raras, zinco, fosfato e calcário), em todas as regiões do Brasil.

Entre os resultados computados está o início da operação, em 2023, do Projeto Água Azul, próximo ao distrito polimetálico de Carajás (PA). Nesta primeira fase, a atividade é caracterizada por mineralizações de alto e médio teor em corpos subverticais. O minério do projeto Água Azul é de baixa sulfetação e praticamente isento de metais contaminantes, principalmente os ambientalmente indesejáveis, tais como arsênio e chumbo. Essas características permitem uma rota de beneficiamento com baixo consumo de cianeto e alta recuperação metalúrgica, além de uma operação de disposição de rejeitos segura, com baixo potencial de drenagem ácida.

Nesse contexto de diversificação, a Bemisa tem acompanhado ativamente nos últimos anos as tendências que apontam para a transição da matriz energética das indústrias. A empresa, via sua Assessoria de Imprensa, informa: “Entendemos, por exemplo, que neste cenário, será necessária a oferta de metais básicos e minério de ferro de alto teor para que o mundo possa caminhar de forma mais sustentável. Como resultado, estamos buscando gradativamente nos posicionarmos nesse sentido, buscando adquirir e desenvolver parcerias para ativos que sejam relevantes nesse novo padrão industrial”.