Agregar a locação aos meios de comercialização tradicionais vem sendo opção em diversas atividades, assim como na mineração. A prática se populariza e engloba desde máquinas e equipamentos a componentes diversos.
Empresa do grupo Copco, a Itubombas sempre adotou esse modelo de negócio, como destaca seu gerente nacional, pois essa alternativa garante “agilidade e eficiência aos nossos clientes. A locação libera recursos do CAPEX, torna as decisões e operações mais flexíveis – a empresa que contrata os serviços pode aumentar ou reduzir frotas locadas com maior facilidade, ajustando-se às variações de demanda e da sazonalidade do clima – conta com especialistas para suporte e equipamentos para maior eficiência operacional. Além disso, em emergências, conta com nossa rápida resposta. Outro diferencial é poder contar com planos de contingência, para mitigar riscos”.
A opção das mineradoras por aquisição ou aluguel de equipamentos, para o presidente da Putzmeister, tem relação direta com a “volatilidade da atividade, que dificulta a visão de longo prazo. No caso dos nossos equipamentos, que têm vida útil acima de dez anos e são destinados ao transporte de concreto para construção de túneis e ao bombeamento de material pastoso e de rejeitos, com até 70% de sólidos, somos um elo importante da mineração brasileira, principalmente a subterrânea para proteção de galerias, por exemplo, pois há empresas que compram três equipamentos e alugam cinco”.
Lavra – Ao lado da locação de máquinas e equipamentos, está a terceirização de atividades como a operação da mina. A Fidens atua nesse mercado e seu diretor-presidente garante: “A operação da mina é apenas uma das etapas que a mineradora tem de se preocupar em todo o processo. A mineradora precisa se preocupar em fechar os contratos de venda de minério, beneficiar o minério de maneira eficiente e garantir a correta disposição dos rejeitos do processo, cuidar da logística de transporte do minério, desenvolver o plano de lavra da mina e acompanhar as necessidades de atualização, garantir o cumprimento de todas as condicionantes ambientais do processo minerário como um todo, desenvolver os estudos futuros de expansão da mina (incluindo novas sondagens, estudos de viabilidade, dimensionamento de investimentos necessários) ou estudos e projetos para fechamento da mina no caso do seu esgotamento, entre diversas outras etapas”.
Desse modo – reforça Franco – “ao terceirizar a etapa de operação da mina, a mineradora pode focar nas diversas outras fases de todo seu ciclo, enfatizando aquelas nas quais ela pode gerar muito mais valor, aliando, ainda, a garantia de produção, eficiência e segurança na operação e de custos na etapa de lavra da mina”.
Locadora que tem cerca de 20% do faturamento oriundos da mineração e que desde 2010 atua com equipamentos 100% móveis, a Trimak Engenharia e Comércio tem a locação e a prestação de serviços neste segmento como prática usual, pois “as soluções oferecidas pela empresa contribuem para geração de caixa imediata, conferindo agilidade na operação da lavra. Além disso, são, basicamente, utilizados na fase inicial, enquanto a infraestrutura para operação está sendo montada. Trabalhamos com britadores e peneiras para processamento a seco (sem água) e atendem operações de minério de ferro – 70% do mercado –, além de ouro, cobre, lítio, níquel e manganês”, detalha Humberto Lopes Peixoto Junior, diretor Técnico da empresa.
Jairo de Souza Pereira, gerente da filial Trimak de Minas Gerais, narra atividade desenvolvida entre 2013 e 2016 para recuperação de área degradada por atividade mineradora, que deixara passivo ambiental, com carreamento de sedimentos pelas águas de chuva, contaminando os rios da região: “Localizada na Serra do Curral, em Belo Horizonte (MG), essa obra envolveu o processamento de 5 milhões de toneladas de massa”.