Em reunião na sede do IBRAM, em Brasília, em 25 de julho, entre o diretor-presidente, Raul Jungmann; a presidente do Conselho Diretor, Ana Sanches; o ministro da Indústria e Recursos Minerais saudita, Bandar Ibrahim Alkhorayef; e o vice-ministro para Assuntos de Mineração, Khalid Saleh Al-Mudaifer; foi pactuada a proposta de Raul Jungmann para formação de um grupo de trabalho para discutir interesses mútuos dos dois países relacionados ao desenvolvimento de projetos em mineração industrial.
Com essa iniciativa, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) abre mais oportunidades de investimentos, negócios e de intercâmbio de informações para a mineração brasileira, ao firmar parceria com o governo saudita voltada a promover o setor, engajando-o entre as indústrias essenciais para o futuro sustentável das economias em todos os continentes.
O GT será articulado pela embaixada da Arábia Saudita no Brasil e terá a participação de mineradoras associadas ao IBRAM, do próprio Instituto e do Ministério de Minas e Energia. A proposta é avançar nas discussões em torno de oportunidades de investimentos e negócios, sinergias e desafios relacionados ao setor mineral para apresentação desses temas no Future Minerals Forum (FMF), uma importante plataforma mundial para minerais, a ser organizada pela Arábia Saudita em janeiro, conforme manifestou o ministro Bandar Ibrahim Alkhorayef.
“O GT será um importante mecanismo bilateral para avançarmos na discussão de projetos de interesse mútuo do Brasil e da Arábia Saudita com foco no desenvolvimento de projetos de mineração, e que possamos seguir com o debate durante o Future Minerals Forum, naquele país, em janeiro”, disse Raul Jungmann. Ele acredita que a parceria irá desenvolver iniciativas voltadas a impulsionar a produção de minerais críticos para a transição energética, que é uma demanda mundial e representa excelente oportunidade para a expansão da indústria da mineração.
Ana Sanches concordou e complementou dizendo que o GT vai proporcionar a discussão de alto nível, entre representantes dos dois países e do setor privado, para “ações concretas e planos tangíveis” voltados a originar parcerias estratégicas para expandir a mineração brasileira em novos negócios com os sauditas.
Para demonstrar o real interesse da Arábia Saudita em atuar em conjunto com a mineração do Brasil, o ministro Alkhorayef recomendou aos mineradores brasileiros que ao longo das tratativas no GT e no FMF informem detalhadamente dados sobre seus projetos de mineração, inclusive, com valores de investimentos pleiteados para análise objetiva por parte dos investidores internacionais. “Queremos uma linguagem de negócios (na apresentação dos projetos) com números sólidos de quantos recursos são necessários para os investimentos”, disse, completando que “este encontro no IBRAM é o início de um grande futuro para nossos países”.
O vice-ministro Khalid Saleh Al-Mudaifer disse que a Arábia Saudita tem consciência de que os investimentos em mineração devem ser pensados no longo prazo e “demandam muitos esforços e estabilidade de políticas, de fornecimento de energia, de logística, entre outros aspectos. Nosso governo está disposto a propor caminhos em parceria com o setor privado, atendendo às suas necessidades”.
EXPOSIBRAM e FMF unidos – O encontro também serviu para o governo saudita e o IBRAM discutirem ações colaborativas sobre o setor mineral por meio da EXPOSIBRAM – maior evento dessa indústria na América Latina – e o Future Minerals Forum (FMF).
O FMF será realizado de 14 a 16 de janeiro e projeta contar com 14.000 participantes de 178 países, incluindo 75 representantes governamentais para catalisar ações voltadas à colaboração global. É organizado pelo Ministério da Indústria e Recursos Minerais da Arábia Saudita sob o patrocínio do Guardião das Duas Mesquitas Sagradas, Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. Já a EXPOSIBRAM é um evento mais amplo, com a perspectiva de receber em seus 13 mil m2 mais de 60 mil visitantes, expositores e congressistas de várias partes do mundo. Em 2024 será realizada em Belo Horizonte (MG), de 9 a 12 de setembro.
Na ocasião, Raul Jungmann convidou a comitiva saudita a participar da segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que será em Belém (PA), em novembro. O dirigente do IBRAM disse que seria importante o envolvimento daquela nação árabe na discussão global em torno da Amazônia, em função de sua importância para o planeta ter condições de combater a crise climática.
Raul Jungmann enalteceu o interesse saudita em expandir a mineração: “Ao promover o Future Minerals Fórum, a Arábia Saudita demonstra que é uma das nações que está na vanguarda na questão de se antecipar o planejamento da rede global de suprimentos de minérios e metais, visando o desenvolvimento sustentável. O Brasil faz o mesmo por meio da EXPOSIBRAM, principal fórum de negócios e discussão de estratégias para o futuro do setor mundial de mineração. Portanto, a parceria entre EXPOSIBRAM e FMF irá gerar resultados vantajosos, em termos de oportunidades de aprendizado e de negócios, tanto para a indústria da mineração quanto para muitos outros setores econômicos”.
No encontro, os representantes sauditas conversaram sobre outros planos daquela nação em relação ao setor de mineração. Estão previstas aquisições de participação em empresas de mineração no Brasil, bem como atrair mineradoras do Brasil para produzir minérios e metais na Arábia Saudita. A mineração de substâncias minerais para fabricação de fertilizantes é outro segmento de interesse para incrementar as relações comerciais entre Brasil e Arábia Saudita. O Brasil importa grande quantidade de minérios como potássio e fosfato, e a expansão da pesquisa geológica e da produção local dessas substâncias poderão fomentar novos acordos comerciais.
Também participaram da reunião, pelo IBRAM: o vice-presidente Fernado Azevedo e Silva, que conduziu apresentação sobre o potencial da mineração brasileira; o diretor de Sustentabilidade, Julio Nery; o diretor Financeiro, Osny Vasconcelos; o diretor de Comunicação, Paulo Henrique Soares; conselheiros do IBRAM e associados, como Sigma Lithium, Bamim. Pelo MME esteve o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Vitor Saback. A comitiva saudita ainda teve Matar Alharthi, Nasir Aljahdli, Abdulrahman Almugairen, Omar Alsagheir, Ibrahim Almughaythah, Abdullah Alogayil, Aldo Pennini e Turki Alsabhan como integrantes.