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As mineradoras: Nem tão iguais, mas com pautas em comum

Quando o olhar se volta para dentro da indústria da mineração no Brasil, percebe-se que pequeno percentual de empresas são listadas como de grande porte, com a maior parte sendo formada por pequenas e microempresas.

O total de empresas no setor mineral nacional é de 8.519, segundo dados atualizados da ANM. Desse universo, 1,29% (ou 110) corresponde a grandes empresas, aquelas que produzem acima de 1 milhão de toneladas por ano. A maior parte do setor é formada por pequenas e microempresas, respondendo por 88,8% das mineradoras, com produções abaixo de 100 mil toneladas anualmente, e as demais 9,9% são de médio porte. Do universo de 8.519, as de médio porte, com volumes entre 1 milhão de toneladas e 100 mil toneladas por ano são 844; as pequenas, que produzem mais de 10.000 toneladas até 100.000 toneladas, 2.411; e outras 5.4154 são microempresas. Além disso, existem atualmente 936 lavras garimpeiras, 12.779 processos no regime de aproveitamento por licenciamento e 1.215 processos de concessão de lavra de águas minerais pelo País.

A proporcionalidade numérica dos títulos minerais não é a mesma no quesito volume de produção, mas, isso não tira a importância dessas informações, afinal, o suprimento de matérias-primas minerais exige alternativas capazes de conciliarem o atendimento da demanda a práticas sustentáveis e à operação responsável. Com potencial de investimento proporcional ao das grandes companhias, as pequenas e médias respondem por expressiva parte de minerais fundamentais à sociedade e devem estar alinhadas ao desenvolvimento sustentável de suas unidades.

Método de classificação interfere na ordenação das empresas

Essa constatação, inclusive, criou duas formas de classificação das empresas: por volume e por faturamento. A primeira opção vem sendo preterida em prol do escalonamento das empresas pelos resultados econômicos, decorrentes de fatores que atestam eficiência da gestão, ganhos de produtividade e preço da commodity, entre outros indicadores inerentes à governança, à compliance, à sustentabilidade e às relações com a comunidade do entorno e os próprios funcionários e parceiros. Em resumo, boas práticas voltadas ao ESG.

Nesse sentido, melhor comparar resultados levando-se em consideração minerais menos abundantes e aqueles de difícil lavra. Por exemplo, a Vale S/A ocupa a primeira posição no ranking, com a produção total de 320 milhões de toneladas apenas de minério de ferro, em 2022, desconsiderando-se os volumes das operações de manganês, ferroligas, cobre, ouro, prata e cobalto; a Ero Cooper, que detém os ativos da Caraíba, é uma das maiores produtoras, com três minas, duas de cobre – minério em que se constitui o segundo maior produtor do Brasil, com o total de 45.000 toneladas anuais – e uma de ouro que produz 45 mil onças (oz) de ouro por ano, o que corresponde a 1.200 kg.

Se essas empresas fossem listadas por volume, certamente a Ero Cooper estaria bem mais distante da primeira colocada. Assim, com a classificação pelo faturamento, que leva em conta o valor das commodities, a desigualdade é proporcionalmente reduzida. Em valores de 11 de junho de 2023, a cotação do ouro, na bolsa de New York, era de US$ 1.942,50 a onça-troy; do cobre, na LME (London Metal Exchange), o contrato para três meses, US$ 8.335,50 por tonelada, e do minério de ferro, US$ 106,25 a tonelada.