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A cadeia produtiva da mineração e as atividades em um empreendimento minerário

Empresas de mineração, fornecedores, a academia e os centros de pesquisa se integram ao processo de mineração em todas as suas etapas, via vínculos de pesquisa e inovação com mineradoras, visando à realização de estudos e à aplicação prática das teorias.

Do universo de fornecedores fazem parte fabricantes de máquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas; empresas de prestação de serviços; provedores de soluções para as mais diversas atividades e fases, que contribuem com a mineração disponibilizando tecnologias, mão de obra, inovação e conhecimento. Todas essas empresas são especializadas, com elevados níveis de profissionalização e conhecimentos técnicos e práticos.

Devido aos produtos, serviços, equipamentos e soluções que disponibilizam algumas dessas empresas integram várias etapas do processo e têm parcela significativa de sua receita originada na mineração.

Perfuração e desmonte: a fase inicial

Na fase da lavra, para acesso ao minério podem ser usados os rompedores ou, em materiais com diferentes graus de dureza, a perfuração dessas rochas, realizada com distribuição e geometria adequadas, dentro dos maciços, para alojar as cargas de explosivos.

A composição e o arranjo dos minerais, e a dureza elevada de algumas rochas, são variáveis que inviabilizam a retirada dos minerais por meio de máquinas e equipamentos de corte. Assim, a detonação é prática usual. Um dos aspectos principais nessa etapa de desmonte é a adequação do tamanho das partículas às plantas de beneficiamento.

Entre os equipamentos que contribuem com esse processo de desmonte e são aplicados pelo setor de mineração em diferentes etapas da atividade mineral, estão os rompedores hidráulicos, utilizados no desmonte primário, para quebrar rochas em minas a céu aberto e subterrâneas; e no desmonte secundário, para fragmentar rochas maiores para processamento posterior, agilizando o processo de desmonte e diminuindo os custos.

Os rompedores são selecionados de acordo com a potência, a capacidade de quebra e o controle preciso da força. A seleção do rompedor depende das características das rochas. Independentemente da situação, esses equipamentos “proporcionam ganhos significativos à atividade minerária, incluindo maior eficiência no desmonte, redução de custos operacionais, aumento da segurança no trabalho, pois elimina a necessidade da utilização de explosivos no desmonte secundário, versatilidade de uso e redução do impacto ambiental”, esclarece Jorcelino Dantas, sócio-proprietário da RHK Implementos.

Ao combinar eficiência no desmonte, fragmentação precisa, redução do tempo de paralisação, flexibilidade e segurança aprimorada, o rompedor hidráulico – na opinião de Dantas – contribui para “aumentar a qualidade e a produtividade da mineração. O equipamento permite que as operações extraiam mais minério em menos tempo, otimizando os recursos e impulsionando a eficiência geral”.

Com os mesmos objetivos principais, a utilização de explosivos tem como parâmetros a garantia da segurança e os padrões de qualidade, assim como contribuir com a otimização dos recursos e do processo de extração de forma sustentável. Francisco Jiménez – gerente Geral da Orica no Brasil, reforça a segurança como valor principal: “O cuidado com todo o processo de upstream e downstream e o trabalho com os melhores standards da indústria asseguraram o sucesso na implementação de seus produtos e serviços, buscando sempre melhoria de processos e eficiência, garantindo melhor fragmentação e menor diluição do minério, otimizando a produtividade das plantas”.

O gerente Geral da Orica no Brasil exalta a diversidade do País em relação ao desmonte de rochas, com diferentes tipos de minérios, litologia e tipos de mina, céu aberto e subterrâneas. Sendo assim, “o Brasil é um exportador de casos de sucesso em expertise e implementação de soluções de valor em desmonte de rocha, com capacidade de otimização em toda cadeia, desde a exploração ao processamento”.

Movimentação de materiais: presente em todas as fases

A movimentação de materiais está presente em todo o processo de mineração. Sua eficiência afeta diretamente a produtividade e, assim, o lucro do empreendimento. Devido ao alto valor das commodities, custos não previstos e paradas por falhas mecânicas são riscos a serem evitados, tornando prioritária a manutenção das máquinas e equipamentos.

As atividades de mineração envolvem quase sempre o mesmo ciclo de operações: perfuração, desmonte e britagem; movimentação de estéril, movimentação de minério e de rejeito; descomissionamento. Ainda, durante o processo produtivo, podem ser incluídas várias outras operações, como: supressão vegetal; infraestrutura e apoio com trabalhos em terraplanagem, manutenção de vias e acessos; umidificação de vias; limpeza industrial e de sistema de contenção de sedimentos (sump); e drenagem.

Como comenta Sander Elias Rodrigues, líder de Novos Negócios na Armac – empresa que oferece frota de máquinas pesadas e equipamentos e presta diversos serviços em mineradoras dos mais variados portes e segmentos de extração mineral, em todas as regiões do Brasil – o fundamental para a mineradora é que “a frota desde o início esteja pronta e em condições de operação com alta eficiência, dispondo dentro da própria operação de mineração da estrutura de manutenção para trabalhos preventivos, preditivos e corretivos, garantindo que a máquina fique o maior tempo possível rodando”. E reforça: “Alta disponibilidade das máquinas pode ser traduzido em alta produtividade e ganhos competitivos. As mineradoras avançam nos processos de logística interna e externa. Uma operação contínua exige agilidade e tem prazos e metas para serem cumpridos. Por isso, mobilizar com rapidez times completos de profissionais qualificados e grande quantidade de máquinas contribui para a qualidade e produtividade nas minas.”

A InfraBrasil é outra empresa com foco na mineração e é responsável por movimentar minério e estéril, além de atuar em barragens, enfatiza Christiano Kunzler, seu CEO. A empresa conta, em especial, com caminhões articulados e escavadeiras de grande porte, acompanhando de perto as tendências setoriais e as novidades tecnológicas, que são o grande diferencial e permitem aprimorar o desempenho em campo, com soluções que agregam valor ao processo.

“A tecnologia deve estar sempre alinhada ao bem-estar dos colaboradores e deve ser empregada neste sentido. Ao trabalhar com conectividade e acompanhamento das operações on-line, os níveis de segurança são ampliados”, alerta Kunzler. “A tecnologia embarcada nos veículos inclui sensores que previnem acidentes – sensores de fadiga, anticolisão, mudança de faixa, distração, uso de celular e detecção de cigarro – e permitem monitoramento e análise das operações em tempo real”, salienta o executivo.

Outra empresa presente nessa etapa da atividade minerária é a Volvo, fabricante de máquinas que fazem desde a abertura de vias de acesso, passando pela extração mineral e de estéril e outras tarefas de apoio, até a recomposição do site. Como explica Marcelo Magalhães, líder de Grandes Contas da empresa, equipamentos como esses “proporcionam aos clientes aumento da produção, mais segurança, menor consumo de combustível e menores emissões, entre outros benefícios, pois, mais do que máquina são fornecidos serviços, que favorecem a produtividade, o treinamento de operadores, a gestão do fluxo, a segurança, entre outros”.

No que diz respeito especificamente à mão de obra, Magalhães destaca que promover treinamentos com operadores das máquinas e contribuir com consultorias que proporcionem melhorias na operação é papel das indústrias, que inclusive contam com profissionais que acompanham o trabalho desde o início do projeto de mineração, “auxiliando com soluções que permitam otimizar a utilização das máquinas e garantir maior produtividade, menor consumo de combustível, redução de emissões e mais segurança”.

O transporte de minérios também é feito por equipamentos apropriados para movimentação de granéis sólidos, como alimentadores de correia e de sapatas, transportadores de correia de longa distância, empilhadora e retomadora, silos de alimentação e moegas móveis, válvulas guilhotina, transportadores de correias e tubulares, além de carregadores de navios.

A TMSA – Tecnologia em Movimentação, empresa brasileira, sediada em Porto Alegre (RS), participa como fornecedora de soluções nesse segmento. Armando Papa Junior, gerente comercial da área de Mineração da TMSA, fala sobre as conquistas resultantes da aplicação de tecnologias de ponta, baseando os projetos “em prática multidisciplinar que utiliza engenharia digital inteligente, como a metodologia BIM (Building Information Modeling), seja em projetos completos em regime turn key, realização de estudos de otimização operacional, em obras novas (greenfield) ou em modernização de instalações existentes (brownfield), sem deixar de atentar à redução de impactos ambientais e à realização dos estudos de viabilidade”.

Exemplificando a utilização dos diversos sistemas disponíveis no mercado, Fábio Aleixo Couto de Carvalho – outro gerente Comercial da área de Mineração da TMSA – cita os benefícios proporcionados pelos transportadores de correia de longa distância, conhecidos pela sigla TCLD, envolvendo o transporte de produtos entre diferentes instalações, gerando redução nos custos com a logística de movimentação. “Além disso, as soluções podem ser customizadas para armazenamento, transporte, transferência e recepção de produtos”, complementa Carvalho.

Operação – Rodrigo Alvarenga Franco, diretor-presidente da Fidens, destaca que, em serviços de operação da mina, tais como a lavra de minério e de estéril, carregamento de vagões e atividades de infraestrutura de mina, “há também preocupação em se desenvolver uma solução que atenda àquela mina operacionalmente e que seja eficiente em custos”.

Para o diretor-presidente da Fidens, “embora as operações de mina sejam similares entre empresas ou entre minas, as atividades de lavra de minério e estéril são únicas de cada mina. O diferencial está em entender as peculiaridades de cada operação, o tipo de equipamento ideal para aquela operação e apresentar o orçamento mais eficiente possível e que atenda ao cliente”.

Equação de difícil solução leva em conta diversas variáveis, como volume de produção da mina ao longo dos anos e distâncias de transporte; relação estéril-minério da mina; tipo de minério produzido; abrasividade do minério nos equipamentos que serão utilizados; espessura das camadas de minério e estéril; quantidade de frentes de trabalho a serem operadas de forma simultânea; tamanho das áreas de manobra para carga e descarga do minério e do estéril; desenho dos acessos de serviço: largura, inclinação e comprimento de rampas, tipo de material de revestimento (incluindo a disponibilidade deste material na mina e sua distância de transporte); necessidades de blend do minério para atingir os teores otimizados para a mineradora; capacidade operacional do britador e se existe área disponível para formação de pilha pulmão; e especificidades internas de operação da planta para dimensionamento de equipamentos de carregamento de moega, carregamento de vagão, entre outras.

“De posse dessas informações, e após a realização de algumas visitas técnicas com o objetivo de detalhar ao máximo a operação, consegue-se dimensionar qual a melhor frota para a operação, qual será o custo operacional daquela frota ao longo do tempo e quando haverá a necessidade de renovação total ou parcial da frota para manter a disponibilidade dos equipamentos. A solução é sempre customizada e otimizada especificamente para cada operação, visando a ganhos em eficiência operacional e, principalmente, à garantia de entrega do minério no britador”, garante Rodrigo Franco, afinal “uma das maiores dores que enxergamos para as grandes mineradoras surge quando, ao final do dia ou do mês, o prestador de serviço não entrega à mineradora a produção contratada necessária para atendimento do seu planejamento de lavra. A gente se coloca na pele do cliente e entende que os projetos precisam de uma entrega bem precisa, sabendo que isso pode inclusive impactar na viabilidade de uma operação”.

Beneficiamento

O tratamento de minério ou beneficiamento envolve operações que modificam a granulometria e a concentração relativa das espécies minerais presentes, podendo ou não envolver alterações de ordem químicas, sejam decorrentes de decomposição térmica ou de reações resultantes do calor.

As atividades compreendem britagem, moagem, peneiramento O processo de beneficiamento segue algumas fases, começando por redução e padronização da granulometria do material em conformidade com os padrões definidos para os processos posteriores. As atividades compreendem britagem, moagem, peneiramento e classificação, seguidas pela etapa de concentração, com separação do minério da parte sem valor comercial, também conhecida como ganga, e realizada com base em fatores tais como peso específico, susceptibilidade magnética, condutividade elétrica, química de superfície entre outras.

Nesse ponto, o peneiramento é fundamental, uma vez que contribui significativamente para a qualidade e a produtividade e, ao fazer a separação de diferentes tamanhos de partículas, pode permitir também a classificação e separação de espécies minerais. Isso é essencial para obtenção de produtos de alta qualidade, sem contaminação por materiais indesejados. A classificação precisa também contribuiu com a otimização do processamento subsequente, explica Claudia Bolzan, diretora da Lantex.

Outro ponto fundamental salientado por Bolzan compreende o controle do tamanho do produto final desejado: “Ao selecionar a abertura correta da peneira e utilizar telas adequadas, é possível garantir que o material esteja dentro das especificações necessárias, atendendo aos requisitos do mercado e aos padrões de qualidade. Além disso, durante o processo, também podem ser encontrados materiais indesejados, como terra, rochas ou outros minerais de baixo valor. O peneiramento permite a remoção eficiente desses materiais, separando-os do minério desejado, dando sua contribuição para obtenção de maior índice de pureza do produto e aumento de sua qualidade”.

Como resultado da concentração, o concentrado de minérios passa pelo espessamento, filtragem e secagem até se tornar o produto final, enquanto o rejeito – constituído principalmente pela ganga – pode ser disposto em barragens apropriadas, em galerias subterrâneas, ou utilizado para enchimento de cavas.

“Telas para peneiramento para indústria de agregados, obras de infraestrutura, mineração e reciclagem de resíduos de demolição, produzidas com aço de alto teor de carbono ou inoxidáveis, poliuretano e borrachas especiais, com malhas em formatos geométricos que podem ser quadrado, retangular, triangular, redondo ou losangular, são produtos capazes de gerar ganhos de eficiência e reduzir custos das mineradoras nas etapas de beneficiamento, peneiramento e seleção de minérios e agregados, além de peneiramento de rejeitos de mineração”, confirma a diretora da Lantex.

Bolzan cita como referência o mercado de agregados, no qual cerca de 40% da demanda é por pedras miúdas e areia de brita, “o que obriga as pedreiras a adequarem o processo de peneiramento, com uso de telas apropriadas para peneirar material fino sem grandes perdas, satisfazendo, desse modo, os padrões de exigência e serem competitivas”.

Motorredutores paralelos, coaxiais ou ortogonais até planetários de alto torque e baixas velocidades, passando por redutores helicoidais e seus combinados, com ampla gama de rotações de saída e faixa de torque que atingem até 3 milhões de Nm (Newton-metro), dão sua contribuição à mineração nas máquinas utilizadas na atividade.

Andrey de Aquino Bandiera, gerente de contas da divisão Discrete Manufacturing & Process Industries da Bonfiglioli, destaca os benefícios dos redutores planetários, “acionamentos extremamente robustos e compactos, que permitem a redução dos custos estruturais aos fabricantes de máquinas devido ao peso reduzido, além de espaço de circulação otimizado nas áreas de produção. Também possibilitam ganhos operacionais, facilidade de instalação e desinstalação, alta confiabilidade e aumento da disponibilidade da máquina”, resume Bandiera, lembrando que a renovação da base instalada contribui sensivelmente para modernização das máquinas de pátio, “dispensando reformas em suas estruturas, pois os redutores são 100% intercambiáveis com as soluções que estão instaladas há décadas em stacker reclaimers”.

A química na mineração – Na etapa de tratamento de minérios, pode-se constatar a grande aplicabilidade de soluções químicas em diversas operações como na flotação, separação sólido-líquido, filtragem, controle de poeira, inibição de incrustação, no manuseio de sólidos granulados, entre outras.

De acordo com Ayana Cristina Oliveira, diretora de Negócios de Mineração Brasil da Nalco Water, uma empresa Ecolab, os compostos químicos contribuem para o aumento da produção, melhor recuperação metalúrgica e atendimento das especificações de qualidade, incluindo teor, umidade, granulometria, nível de contaminantes, entre outros. Ela detalha que, “no caso específico das soluções utilizadas na cominuição, os programas e aplicações reduzem a poeira das estradas de transporte e de estoques, aumentam o grau de flutuação de minérios e processam o desaguamento de resíduos sólidos para produtos de alumina, carvão, metais preciosos, minerais industriais, entre outros”.

Ao recomendar às mineradoras a pesquisa no mercado de soluções sustentáveis que respeitem o meio ambiente para obterem os resultados esperados em aumento de produção e recuperação metalúrgica, Ayana Oliveira destaca a contribuição de empresas como a Nalco Water, no beneficiamento de minerais como bauxita e alumina, carvão, metais básicos, fosfato, potássio, metais preciosos, minério de ferro e minerais industriais.

O objetivo dessas substâncias é auxiliar as mineradoras a alavancarem seus indicadores de eficiência, sustentabilidade e conformidade regulatória em relação ao uso da água e à gestão de processos, aprimorando a produtividade, eficiência, lucratividade de suas operações, qualidade do produto e desempenho ambiental. Ayana Oliveira revela que a Nalco Water “também contribui para cumprir sua ambição corporativa de deixar o mundo mais limpo, saudável e seguro, fornecendo e protegendo o que é vital”.

Evoluções permanente

Em um setor de excelência no qual o Brasil é cada vez mais referenciado, como a mineração, a evolução referente às máquinas e a equipamentos é permanente.

Os sistemas de filtragem merecem contínua atenção das indústrias do segmento, com opções inteligentes e automáticas. Segundo Ricardo Takeda, gerente de Vendas para a Mineração na Metso, os investimentos estão direcionados a “desenvolver novas soluções, como filtros para ultrafinos em minerações com moagens e remoagens ultrafinas, quando é bastante difícil recuperar o minério com esse tipo de granulometria, de 10 a 15 micra para baixo. Em vez de perder esses ultrafinos, pode-se, por exemplo, aplicar soluções de flotação, que atuam justamente com a proposta de serem mais eficientes, aproveitando melhor esses recursos”.

Takeda relaciona investimentos objetivando melhor performance energética. Ele lista entre os resultados a prensa de rolos (HRC) desenvolvida no Brasil, que apresenta produtividade 20% superior ao de equipamentos semelhantes e consumo de energia em média 13% a menos que os modelos de HPGR convencionais. Destaca, ainda, soluções para moagem vertical que podem utilizar entre 30% e 45% a menos de energia.
No caso da TMSA, Fábio Carvalho sinaliza a presença do IoT (internet das coisas) no ambiente de mineração e cita o desenvolvimento de carregador de navio e transportador de correia com essa tecnologia aplicada, realizado internamente pela equipe técnica da empresa. Com a expectativa de que esse se torne “mais um dos diferenciais dos produtos TMSA para os próximos anos, a iniciativa progrediu com atualização de um sistema inteligente para a coleta de dados, por meio de hardwares, sensores, tecnologias de conectividade e transmissão dos dados, bem como integrações com os serviços cloud”.
Na prática, em tempo real, uma plataforma faz o acompanhamento das máquinas por meio de dashboards, serviço de mensageria orientando a manutenção prescritiva, de modo a contribuir para a tomada de decisão em questões de operação, conforme feedback de OEE (Overall Equipment Effectiveness, que em português significa Eficácia Geral da Máquina) do sistema, ou relativas à manutenção através de análise e diagnóstico da saúde dos ativos, contribuindo à redução das emissões de carbono via sistema que auxilia na gestão eficiente dos equipamentos”, reforça o executivo da TMSA.

O lema “nenhuma tecnologia nasce se não for diante de um problema e a vontade de resolvê-lo”, norteia o desenvolvimento de tecnologias no Grupo Toniolo para que as soluções “mantenham-se sempre alinhadas à redução de custos a médio e longo prazos, bem como prezem pela segurança em geral, tanto na produção quanto em relação às pessoas”, afirma Johnis Toniolo, diretor da empresa.

Ao sugerir a adoção dessas premissas nos desenvolvimentos que são realizados no setor, Toniolo também preconiza que o principal produto deve ser “sanar os problemas operacionais dos clientes, dando mais benefícios do que custo, hoje alocado nas operações”, ao comentar: “Com essas finalidades, em mais de 50 anos de atuação no mercado, a empresa tem mais de 12 patentes de invenção e modelo de utilidade de equipamentos, voltados para a indústria e os processos de operação de rejeito, com equipamentos especiais e técnicas de atividades em todos os tipos de operações mecanizadas e industriais em dragagens, bombeamento positivo, processamento de secagem de rejeito, entre outros”.

Sem citar evoluções específicas, Magalhães fala sobre investimentos em pesquisa e desenvolvimento da automação e da conectividade, fundamentado em três correntes globais de mudanças tecnológicas: máquinas inteligentes, eletromobilidade e canteiros de obra automatizados. No caso da Volvo CE, à medida que os desenvolvimentos atinjam graus de maturidade e confiabilidade, eles serão disponibilizados comercialmente, pois estão vinculados ao objetivo principal de entregar produtos mais eficientes e sustentáveis, para garantir o sucesso nos negócios de nossos clientes e uma operação ambientalmente mais correta”.

Como exemplo dos investimentos da empresa em novas tecnologias, Magalhães lembra o desenvolvimento de caminhão articulado com capacidade para 55 toneladas métricas, produzido em série e em operação em todos os continentes, ajudando a melhorar a infraestrutura de cidades e países”.

Os investimentos sugeridos e desenvolvidos pela Fidens são direcionados a manter em operação máquinas e equipamentos modernos e eficientes. Como exemplo, Franco usa “o caminhão 8×4, que antes de 1994 não era utilizado no Brasil para obras de infraestrutura e mineração. Foi naquela época que em parceria com a Scania e a Iderol sugerimos ajustes para permitir o desempenho destes caminhões em trabalhos na mineração, especialmente com rocha, incorporando uma mudança no cenário da mineração. Seguindo esse exemplo, atualmente, em parceria com a Scania e a Hexagon, estamos viabilizando a tecnologia de caminhão não tripulado que pode ser até três vezes mais produtiva do que a existente hoje no mercado”.

O CEO da InfraBrasil reforça a necessidade de permanente injeção de recursos em tecnologia e inovação para “manter-se na vanguarda com o que há de mais moderno no mercado nacional e internacional”. A estratégia da empresa – afirma Kunzler – é a de “investir em equipamentos de grande porte com telemetria embarcada, que permitem monitorar as operações em tempo real, garantindo mais segurança para seus colaboradores e mais eficiência nos serviços. Como a InfraBrasil atua em diversos estados brasileiros, incluindo regiões longínquas e de difícil acesso, a conectividade viabiliza um acompanhamento rigoroso das operações a partir da matriz, em São Paulo. Essa postura também contribuiu para maior eficiência, produtividade e competitividade e implica menor custo por tonelada transportada e, consequentemente, melhores contratos para os clientes”.

Bolzan, focando nos processos de peneiramento, vê o País se destacando em tecnologia e equipamentos, pois “possui fabricantes e fornecedores de equipamentos de peneiramento de alta qualidade e tecnologicamente avançados, projetados para atender as demandas específicas da indústria mineral, garantindo eficiência e precisão em classificação e separação de minérios e agregados”.

No tocante à pesquisa e desenvolvimento, “o Brasil está na vanguarda na área de processamento mineral. Instituições acadêmicas, centros de pesquisa e empresas trabalham em conjunto para aprimorar os processos de peneiramento, desenvolver novas tecnologias e melhorar a eficiência e a qualidade dos produtos. Além disso, a diversidade da indústria mineral brasileira impulsiona a evolução dos processos de peneiramento para atender as necessidades específicas de cada setor”, comemora a diretora da Lantex.

Noticiando as conquistas da empresa que dirige, a executiva cita projetos e produtos desenvolvidos pelo Departamento de Engenharia e de Desenvolvimento da Lantex em atendimento a necessidades de clientes, como “uma tela a partir de matéria-prima com propriedades especiais que elevaram a vida útil em seis vezes (de cinco para 30 dias). Outro exemplo é a tela de borracha tipo T, que melhora a eficiência do material passante e reduz as contaminações dos finos no conteúdo retido. Além disso, a Lantex realiza grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, para melhoria contínua das formulações utilizadas na produção das telas de borracha e poliuretano, que são de fabricação própria”.

Automação: realidade que se fortalece

A evolução tecnológica de sensores e instrumentos eletrônicos vem ampliando a aplicação desses componentes em minas e plantas da mineração.
A automação e a instrumentação são frisadas por Luiz Alberto Infanti, diretor Regional da Westech – especializada em processos minerários de separação sólido-líquido – como ferramentas “fundamentais para a qualidade dos produtos e a redução dos custos em mão de obra, aspecto esse que, aliás, as mineradoras precisam aproveitar melhor os fabricantes de máquinas para dar-lhes suporte e treinamento”.

Ao falar da atuação da empresa “em processo de espessamento em pasta aplicável à disposição direta de rejeitos de mineração sem necessidade de filtros”, Infanti garante que 0,5% do faturamento da empresa é direcionado a PD&I, com realizações: “A tecnologia desenvolvida para poço de alimentação proporciona vantagens competitivas diversas, principalmente com relação a espessamento e clarificação de polpas, como redução do consumo de floculantes em média de 20%, nas operações de espessamento e clarificação; redução da pegada hídrica do cliente, com o aumento da recuperação de água em média de 20%; e melhoria da claridade do overflow, para reutilização resultando também no menor desgaste dos equipamentos a montante do espessador”.

A Volvo também investe em tecnologias embarcadas em seus equipamentos, como forma de criar valor para os clientes por meio de aumento de eficiência, redução de impacto ambiental e melhoria da segurança. Marcelo Magalhães, da Volvo, relaciona algumas tecnologias fornecidas como serviços e outras, incorporadas às máquinas. No primeiro grupo está, por exemplo, um gerenciador de tarefas aplicado à extração mineral, que consiste em multiplataforma direcionada à conexão de pessoas, equipamentos e operações, dando suporte à gestão de projetos. Outra ferramenta disponibilizada pela empresa constitui-se sistema de fluxo da operação para reduzir o risco de acidentes, melhorar a eficiência operacional do site, diminuir o consumo de combustível e de emissões, além de reduzir o desgaste do equipamento.

À telemetria presente em todos os equipamentos, no caso da nova série de carregadeiras, agrega-se “um sistema inteligente de assistência à operação que contribui para gerar melhores resultados na operação, entregando maior qualidade em menos tempo e com menos esforço do operador. Ele coloca o usuário no centro da operação e, com seus aplicativos inteligentes, possibilita aos operadores trabalharem de forma cada vez mais eficiente e segura”, comenta Magalhães, explicando que a união dessas tecnologias permite que as carregadeiras e os caminhões “conversem entre si, desenvolvendo um fluxo de trabalho mais eficiente no carregamento e no descarregamento. Assim, colaboram com toda a dinâmica dos equipamentos, otimizando e adequando os veículos na realização de suas tarefas”.

No caso das carregadeiras, uma plataforma que funciona como assistente de carregamento conta com aplicativos que “auxiliam o operador e potencializam o desempenho das máquinas, elevando a eficiência com um menor desperdício de material”. Já nos caminhões articulados uma plataforma que corresponde a um assistente de transporte possui um aplicativo de pesagem a bordo, “que indica quanto material o veículo movimenta, fornece dados aos operadores e indicações em tempo real para ajudar a atingir cargas úteis ideais”, resume do executivo da Volvo.